domingo, 19 de julho de 2009

Harry Potter sem Enigma do Príncipe


Depois de mais de um mês sem escrever nada no meu blog, eu estou de volta. Após os projetos cansativos, as provas monótonas e a preguiça da primeira semana de férias, eu finalmente tenho tempo e vontade de colocar alguma coisa aqui. Já a alguns dias eu pensava em escrever no blog, mas pensava “O que raios eu vou escrever?”
Eis que nesta sexta-feira surge um assunto: o novo filme da série campeã de bilheteria, Harry Potter e o Enigma do Príncipe Mestiço.

AVISO: Se você gostou do filme
e não está sujeito a receber opiniões negativas sobre o mesmo
pare de ler esse post AGORA

Para começar a criticar o filme, eu tenho que começar citando o fato de que cada vez mais detalhes e cenas do enredo são cortados, atropelados, ignorados ou substituídos (aparentemente Harry Potter upou um nível de ladino, porque ele resolveu parar de usar a capa da invisibilidade e confiar só nos testes de furtividade normais). Mais a frente, eu vou falar sobre uma parte do livro em especial, cuja falta no filme me irritou profundamente.
E mais: dessa vez não há a desculpa de todos as adaptações de livro ("se colocasse tudo que tem no livro, ficaria grande demais") porque o maravilhoso diretor David Yates resolveu criar uma cena totalmente inventada pela sua cabecinha, em que a Toca é incendiada e a família Weasley os convidados deles são atacados por Belatriz Lestrange e Fenrir Lobo Greyback (que, para variar, chegam à casa voando sem vassouras ¬¬)

Há um outro fato interessante na cena inventada que nos faz analisar a inconsistência da habilidade de luta de Potter nos filmes: ao atacar Greyback, o lobisomem defende o feitiço com um gesto artístico e displicente. Agora vejamos, só no sexto filme Harry é ownado em combate por Snape (coisa que também acontece no livro), por Belatriz (que mesmo sendo superior a ele, em combate, no livro, não é tão melhor quanto mostra o filme) e por Greyback!! Até onde eu sei Greyback não é nenhum prodígio com magia, e se o Harry não consegue derrotar nem um bruxo medíocre (ainda que lobisomem, ele continua sendo um bruxo medíocre), como o diretor pensa em fazer o Harry das telonas derrotar O Lord Voldemort?

Mas sem dúvidas, o que mais irrita no filme são as incoerências do final. Pra começar, a saída de Harry e Dumbledore até a gruta em Tom Riddle amedrontou duas criancinhas. Harry e o diretor aparatam da torre de astronomia para a gruta e...espera! Aparatam? SIIM! Eles APARATAM!
O filhodaputa diretor não estava contente em quebrar só uma das regras mais importantes das histórias de HP (bruxos voando sem objetos encantados para voar). Nããão...ele tinha que quebrar DUAS regras muito importantes. E a segunda tinha de ser justamente uma regra sem exceções. Mandou bem!
A segunda incoerência que é gritante, diz respeito a descaractterização do personagem principal. Como é que Harryomeninoeleitoqueémuitocorajosoenãoconsegueficarsemsalvarosoutros vai ver Dumbledore morrer bem na sua frente e não vai fazer nada?

Aham Cláudia! Senta lá...


Pra fechar com chave de ouro, o diretor conseguiu criar uma das mortes mais incoerentes de toda a história do cinema d fantasia, destruir o final do filme, e perder milhões de dólares em bilheteria ao deixar de fazer uma das melhores cenas de Harry Potter até então. Imaginem a situação: há um ano, o mundo bruxo descobre que Voldemort está vivo. A escola de Hogwarts, ambição de vida de Voldemort, que abriga alguns dos seus piores inimigos, está completamente protegida por feitiços, vigilância redobrada, detectores e aurores percorrendo os terrenos do castelo. Numa noite, o diretor é morto.
Agora, qual é a lógica que explica que meia dúzia de comensais da morte saiam ilesos, sem nenhum distúrbio e ainda por cima destruindo tudo no caminho, de um castelo cheio de professores, aurores e estudantes que são inimigos desses comensais? Em que parte do universo, há um mundo em q eu esta situação pode ser logicamente explicada? E por que raios o maldito diretor não colocou uma cena foda de batalha no filme que faria com que as pessoas apreciassem muito mais o final do filme, do que aquela coisa confusa, corrida, monótona e deprimente?

Sem me ater a mais detalhes, o filme de Harry Potter e o Enigma do Príncipe foi um erro. Entregar a direção a David Yates, no 5º filme (quando bruxos começaram a voar) foi um erro.
Há partes boas sim. A fotografia estava incrível, os efeitos, como sempre maravilhosos e as cenas das memórias de Tom Riddle foram realmente muito bem dirigidas. E se algum ator foi realmente mal, seus erros foram ofuscados por atuações como a de Helena Bonham Carter e Rupert Grint.
Mas infelizmente uma boa adaptação não é feita só de boa imagem e boa atuação. Falta um roteiro que faça jus a história original.
E falta alguém competente pra administrar esse roteiro.

Poor thing

Um comentário:

  1. Porra, valeu mesmo por ter escrito isso, cara. :D
    Eu ia ver, agora já vou procurar outro filme...

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